quinta-feira, 16 de julho de 2015

Racismo, sociedade e cultura.


A religião preta e o ideal de branqueamento

   O que dizer da face pálida dos padrões de beleza branca que "enobrece" o povo preto? Como poderia em todo Brasil dizer ao preto praticante e devoto aos orixás que seus deuses yorubás são brancos com traços finos e cabelo "bom"? Não, não se pode dizer.
  

Por Marcos Santos

Não se pode dizer ao preto que sua ancestralidade e religiosidade, assim como seus aspectos físicos e doutrinários tenham sido construídos pelo comportamento e padrões estéticos estabelecidos, impostos e enfiados goela abaixo no homem preto e principalmente na mulher preta pelos brancos e pela burguesia branca. Meu pensamento treme ao constatar que as pessoas brancas desse país, e quando digo pessoas brancas digo daqueles que barbarizaram, sangraram, humilharam e escravizaram o povo preto permitindo e perpetuando um colonialismo cultural gravado até hoje nos brasileiros, seja consciente ou inconscientemente, fez da cor preta ou miscigenada uma herança africana aterradora em que quanto mais branca for sua pele mais nobre e respeitável você será. Sendo assim, a religião do povo preto deve ser branca, pura e levar a salvação, mesmo que aqui seja o inferno, depois da morte encontrarás o paraíso... O que quero dizer é que os deuses africanos ou como aqui o maior culto africano são aos deuses yorubás, os orixás não são brancos, não possuem a pele branca ou cabelos lisos, mesmo que os negros que os cultuam tenham a ignorância lhes dada, uma lavagem cerebral lhes feita pelo o homem branco que lhe faz pensar que a sua cor deva ser odiada, ou se não odiada, deva ser “aprimorada”, branqueada. Parece-me que hoje é dia de Yemanjá sincretizada com “Nossa Senhora dos Navegantes”. Eu devo rir e rir várias vezes ao saber ou ler essa frase. Dia 2 de fevereiro dia de Yemanjá sincretizada com Nossa Senhora dos navegantes é a coisa mais arrogante que a dita superioridade branca cristã oferece aos cultos de origem africana nesse país. O preto que adora cultuar os traços finos e cor branca europeia se humilha como se pedisse esmola buscando atrelar Yemanjá um orixá, uma divindade yorubá com nossa senhora dos navegantes e chama isso de sincretismo. Eu chamo isso de ignorância e os que lhe proliferam de racistas.
   
Mesmo que saibamos dos acontecimentos históricos em que africanos foram tirados a força de seu povo e trazido para trabalhar em regime de escravidão, assim o choque de religiões se prolongou por séculos até que os senhores brancos e cristãos resolveram proibir a religião africana. O que fizeram os pretos, dizem algumas fontes, usaram os santos católicos em substituto aparente para que pudessem continuar em paz suas práticas religiosas. O que não sabe o homem e mulher preta é que essa foi uma drástica e cruel armadilha para destruir uma identidade religiosa usando a palavra sincretismo valorizando mesclagens religiosas.
    
O que não se deve esquecer é que o cristianismo matou homens e muito mais mulheres pretas em nome de seu deus branco e seu profeta falsamente branco também. Sim, cristo é sempre ilustrado como homem branco de olhos azuis ou verdes e cabelos lisos. Não é preciso dizer que isso é uma mentira racista em que muitos pretos se deixam enganar. Outrora o homem branco transformou Jesus um hebreu de pele não branca em um profeta branco de olhos claros, digno europeu. E agora tenta transformar, como fez com os egípcios, os orixás em deuses brancos associando-os a santos católicos e os negros com efeito da lavagem cerebral busca fazer o mesmo para aproximar seu culto ao “celebre e superior” cristianismo. Nós somos pretos, nossa ancestralidade é preta, por tanto não tente transforma-la numa coisa branca destruindo a verdadeira identidade de um povo preto.





Texto escrito no dia 2 de fevereiro, boa reflexão e grande abraço.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

As guerreiras africanas do Daomé estão nas ruas do Senegal

África não é só famosa por sua rainhas, mas também para suas guerreiras. Desde o Egito antigo, passando pela Núbia, Nigéria, Congo, Gana, Guiné Bissau, África do Sul e Benin. O continente tem uma história de luta das mulheres que eram combatentes assim como os homens.
Por: Sandra Quiroz no Contioutra, para Geledés


As guerreiras do Daomé, também conhecidas como as guerreiras Mino, são um exemplo disso.  Foram soldados valentes e disciplinadas. A crueldade em sua forma de lutar as colocava a frente no campo de batalha contra os colonos brancos europeus. Este exército de mulheres foi criado no início do século XVII, e por quase 200 anos dominou e prevaleceu invicto. As Amazonas do Daomé são um dos poucos exércitos de mulheres documentado da história moderna.


O único propósito destas guerreiras era a guerra. Elas eram educadas e treinadas para a luta. Não podiam ter filhos ou se casar e suas habilidades físicas vieram para superar os guerreiros homens . Rifles Winchesterque obtidos da venda de escravos, facas, lanças, arcos e flechas eram as suas armas. Após as batalhas, bebiam o sangue de seus inimigos e , em seguida, expunham suas cabeças como um troféu de guerra .



Algumas fontes indicam que o número de guerreiras Mino chegou a quatro mil e outros dizem que elas chegaram a casa de seis mil mulheres guerreiras . Durante dois séculos, essas tropas foram poderosas na África Ocidental até que desapareceu em 15 de janeiro de 1894. O reino do Daomé perdeu a batalha contra a França e tornou-se uma colônia, agora Benin.



E foi justamente a história dessas mulheres fortes e respeitadas do reino do Daomé, que inspirou a artista francesa YZ Yseult . “Amazon” é o nome do seu trabalho que consiste em uma série de imagens em preto e branco do passado anti colonial e revolucionário.







quinta-feira, 17 de julho de 2014

O projeto Ìyàlóòde foi realizado pelo Núcleo de Pesquisas, Estudos e Formação (Nupef), em parceria com a organização não-governamental Criola, do Rio de Janeiro, sede do Ponto de Cultura Mulheres Negras na História. A iniciativa-mãe, o projeto Women-gov, aconteceu também na África do Sul, na Universidade da Cidade do Cabo, histórica instituição de ensino de negros; e, na Índia, junto com a organização IT for Change. Em dois anos, de 2012 a 2014, foram investidos cerca de US$ 458 mil, nos três países.http://arede.inf.br/edicoes-anteriores/242-edicao-n-98-maio-junho-2014/6932-cultura-o-poder-das-mulheres

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Rede Mocambos debate tecnologia e comunicação na 12ª Oficina de Inclusão Digital

Oxaguiã, da Rede Mocambos, que fala sobre a capacidade das pessoas de entenderem tecnologia. A Rede Mocambos discute apropriação de territórios, sobre a importância da terra para comunidades quilombolas e a terra enquanto pertencimento. "Eu não preciso morar numa comunidade quilombola para entender que aquela comunidade faz parte de mim, enquanto preto que chegou aqui escravizado." A Rede discute tecnologia com a perspectiva da comunicação. Defende que não o movimento não tem que ocupar os espaços dos meios de comunicação de massa porque não é massa. A comunicação desejada é a que vem com direito de se apropriar da tecnologia de poder se comunicar pela TV, pela rádio, pela Internet.Ìyá Angélica esteve no encontro, que aconteceu na 12ª Oficina de Inclusão Digital e Participação Social, Brasília (DF), em dezembro de 2013.


Rio de Janeiro faz consulta pública sobre plano de promoção da liberdade religiosa

Cidadãos/ãs tem até o dia 3 de março para participar da consulta pública que coloca em análise a proposta do texto-base para o Plano Estadual de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos. A iniciativa é do Governo do Estado do Rio de Janeiro e a sociedade civil organizada. A consulta está acessível em www.rj.gov.br/web/seasdh. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (21) 2334-9550 ou pelo e-mail plano.liberdadereligiosa@gmail.com.

A noz-de-cola e os refrigerantes

O termo cola, nos nomes das bebidas, representa uma noz da África Ocidental

Os fabricantes das bebidas “cola” foram buscar na África Ocidental a matéria-prima original de seu produto: trata-se da noz-de-cola, conhecida também como abajá, mukezu, obi, oribi, orobó e, no Brasil, como café-do-sudão.

Karité: Ouro das mulheres

A manteiga de karité, produto originado de uma castanha africana e utilizado em cosméticos como loção ou creme hidratante.

Presente nas castanhas das árvores karité, que crescem na região do Sahel, uma vasta área que se estende de Guiné e Senegal a Uganda e Sudão do Sul, a manteiga, durante séculos, foi chamada de “ouro das mulheres”.

Além de apresentar rica cor dourada (dependendo da região, também pode ostentar uma cor marfim profunda), gera emprego e renda para milhões de mulheres em todo o continente. Com métodos tradicionais, as mulheres, muitas vezes organizadas em cooperativas, colhem os frutos da karité.